Cenário Energético Pós-Pandemia
por Prof. Dr. Roberto Câmara e Prof. Dr. Paulo Araújo
Em ano de retração mundial, onde o FMI através do World Economic Outlook (out/20) projetou contração (-4,2%) do PIB mundial, estimando (2021) uma recuperação (cerca + 4,2%), ratificada pelo Relatório da Agência de Classificação de Riscos Moody´s. É impossível dissociar esse crescimento ao aumento do consumo energético mundial.
Transição Energética
Assim, 2020 tornou-se um marco e nova perspectiva à transição energética inclusive com posicionamento mais agressivo da União Europeia em suas políticas climáticas e energéticas. O Green Deal europeu trará impactos aos países deste bloco e àqueles países com relações comerciais, implicando em movimento globalizado de transição ao novo modelo econômico com prerrogativas de sustentabilidade.
Foi registrado cancelamento mundial dos voos internacionais, reduzindo 20% do consumo petrolífero mundial.
Noutro patamar, consta a busca de tecnologias pelos carros elétricos (novos materiais; redução de poluição), celulares, notebooks, pelas baterias de íons de lítio (preços altos, porém acessíveis; risco de incêndio; vida útil limitada), demandando pesquisas nestes vieses, implicando em investimento brasileiro (Enel, AES Tietê e CPFL) neste tipo de solução.
A AES Tietê opera o projeto (monitora e controla as baterias) de armazenamento de energia [161 kW – com arquitetura modular, expansível a 1 MW; pesquisa e desenvolvimento da Aneel em parceria com a Siemens)] da Usina Hidrelétrica de Bariri, no rio Tietê (SP).
Mineração de Terras Raras
Essa perspectiva demanda em mineração dos Elementos de Terras Raras.
Em janeiro/2021, foi assinado o Memorando de Cooperação para a Promoção de Investimentos e Cooperação Econômica no Setor de Infraestrutura (Brasil e Japão), sendo um dos focos a exploração do grafeno (MG; RS) e nióbio (MG; AM; GO), neste destacando-se o Brasil como maior produtor mundial (86% da produção) e exportado ao Japão 9,6% da liga ferronióbio.
Impacto Econômico
Recuperação gradual econômica perpassa pela produção e consumo de energia, sendo transacionada em médio prazo a substituição paulatina do petróleo pelas energias de transição (gás natural) e renováveis (biomassa; eólica; fotovoltaica; híbridas), um caminho sem retorno, inclusive pelas adequações dos aspectos regulatórios vigentes, nessa nova matriz energética, minimizando gargalos legais, tornando emblemáticos o “durante” e “pós-quarentena”.
Projeta-se alternativas exequíveis à retomada do crescimento econômico perpassando pela pesquisa de novos materiais, processos e tecnologias (carros autônomos; smart grids, cidades inteligentes), novos hábitos e aprendizados, novos contextos profissionais e de mercado, incluindo-se o inédito e novo senso comum, por exemplo, do home office e ambientes virtuais de aprendizagem, nesse cenário contemporâneo.
Que tal pensar na sua carreira e como se preparar para esse novo desafio na economia mundial?
